De dentro para fora

1 abr

146651286   Não sei o que escrever no momento, porque não sei ao certo o que estou sentindo. Só posso afirmar que é algo bom. Que toda aquela intensidade de antes se esvaiu. E embora eu não saiba o que escrever, eu escrevo. E assim é a vida, né? Embora não saibamos onde estamos indo e onde vamos parar, estamos indo.

Mudei minhas prioridades, mas continuo no mesmo rumo e querendo ir para o mesmo lugar. Mudei as companhias, a rotina e inovei tudo. Às vezes o coração aperta querendo de volta a intensidade que outrora me consumia. Não volto atrás. O que quer que eu tenha deixado para trás vai ter que correr muito para acompanhar meus passos de agora. Estou correndo!

O que acalma o coração é o tempo. Os dias se passando, as semanas e os meses. Até que nos tornemos uma incógnita porque não nos reconhecemos mais sem aquela intensidade toda. Mas depois disso, vêm as certezas. Hoje sou razão e ação. Estou menos intensa. Estou feliz!

Descobri que sentimos de dentro para fora. Vomitamos sentimentos, intensidades, desejos. Tudo de dentro para fora. E se não sairmos de nós mesmos às vezes e virmos o que estamos transmitindo ao mundo, de nada adianta. E como já disse José Saramago “É necessário sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós”. 

E para quem não sabia o que escrever, escrevi até demais. A verdade é que eu sempre sei o que escrever. Vem de dentro para fora. E é dessa forma que saio de mim mesma e me vejo. Sou o que escrevo, pois “escrever é um ato de revelação” (Clarice Lispector). Meu coração está exposto em palavras que tentam decodificar o caos, a desordem ou até mesmo a pacificidade que se passa aqui. E, enquanto isso, estou indo.

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